Dennis Mantovani - mar 11, 2020

Educando a criança: castigo funciona de verdade?

Castigo funciona mesmo? Na imagem, um pai dando sermão em seu filho e colocando-o de castigo

A estratégia é antiga. Após um ataque de birras e malcriações, o pai ou a mãe mandam a criança para o quarto, tiram os privilégios e deixam-na sem brincar por um tempinho. Muitos dirão que a tática sempre deu certo, mas será que o castigo funciona mesmo?

É preciso que a criança receba uma consequência pela birra ou outra atitude que os pais já conversaram ser inadequada, mas o castigo deve ser a última opção a ser considerada. Isso porque, muitas vezes, a criança não sabe o porquê de tanta chateação do adulto e a punição não faz efeito, gerando ainda mais transtorno. 

Para ter mais dicas para educar os filhos e saber como e quando utilizar o castigo, continue lendo este artigo!

O castigo funciona mesmo?

O castigo funciona, as mães e avós que aplicaram a tática até então não estavam completamente erradas. Mas é importante entender que o castigo só trará resultados quando for uma estratégia educativa e não punitiva. 

Isso significa que de nada adianta o pai usar o castigo como forma de mostrar o quanto está insatisfeito com o comportamento da criança. Principalmente, as pequenas não irão entender o motivo da chateação e continuarão a repetir a conduta. Se o castigo for acompanhado do isolamento, poderá trazer ainda a sensação de abandono e medo, que criará um sentimento negativo associado aos pais.

Castigos educativos são aqueles que associam a atitude e a consequência. Comeu o doce antes do horário? Na próxima refeição, não haverá sobremesa, pois o alimento já foi consumido. Jogou bola dentro de casa e quebrou algum objeto? A mesada será usada para a reparação do dano. Assim, o filho já terá noção de que suas ações devem ser ponderadas.

Algumas alternativas para o castigo

Se o castigo punitivo e sem reflexão não funciona, trouxemos aqui algumas alternativas para os pais:

Deixe claro qual foi a falha

Primeiro, deixe claro que você não está chateado com a criança, mas com o seu comportamento. Não associe o seu filho a figuras negativas, como “o mal educado” ou “o desobediente”. Assim, deixe clara a falha e por que ela não é interessante. No exemplo anterior, no qual a criança jogou bola dentro de casa e quebrou um objeto, a falha não foi o dano material, mas ter ignorado uma regra da casa. Faça-a entender isso. 

Faça a criança refletir sobre suas ações

Estimule a criança a pensar. Mas sem aquele famoso “cantinho do pensamento”, esteja com seu filho e dialogue com ele. “Você entendeu por que isso é errado?”, “por que você não deve fazer isso novamente?”, “qual o comportamento que esperamos de você?”, são algumas questões que podem ser trabalhadas. 

Respeite os graus de autonomia da criança

Muitas vezes os pais estão tão acostumados a uma rotina que ignoram que seus filhos estão em um caminho de construção da própria identidade e autonomia. Por que forçar a criança a vestir uma roupa que não gosta ou a comer no exato horário? Se ela não quer a refeição, pode ter certeza que fará quando sentir fome. Desde que não seja frequente, isso não significa permissividade, mas um consentimento para que a criança desenvolva sua independência. 

Viu que o castigo não é a única e nem deve ser a primeira ação a que os pais recorrem? Entenda seus filhos e mantenha um diálogo com ele, as birras e maus comportamentos serão menos frequentes. 

Gostou do artigo? Aproveite para ler também sobre 5 dicas infalíveis para lidar com a birra dos filhos.

Veja 5 dicas infalíveis para lidar com birras

Escrito por Dennis Mantovani

Media Management do grupo Dom Bosco. Filho de paulista e potiguar, nascido no Pará em 1991 e morando no Maranhão desde 2009.