Pensar em Fisioterapia e mercado de trabalho é pensar também em como essa área tem se modificado para acompanhar a evolução da sociedade. Os profissionais agora lidam com questões e cenários que não eram os mesmo de alguns anos atrás e precisam estar preparados para isso.
Na década de 90, a profissão passou por uma espécie de crise. A faculdade de Fisioterapia era vista como sinônimo de sucesso e muitos recorreram a ela para ter uma carreira de destaque. No entanto, o mercado ficou sobrecarregado com a quantidade de novos fisioterapeutas, a grande maioria com o objetivo de trabalhar em clínicas, e a taxa de desemprego para a categoria aumentou drasticamente.
E qual será o panorama para estes profissionais? O que esperar do futuro? Se considera cursar Fisioterapia, tire todas as suas dúvidas sobre as perspectivas do mercado e que setores podem ser explorados.
A transformação da Fisioterapia
Até bem pouco tempo, o fisioterapeuta era aquele profissional de saúde procurado quando existiam problemas concretos com exigência de reabilitação. Eram solicitados em caso de acidentes, para acompanhar atletas, pessoas idosas e com necessidades especiais. Felizmente, essa realidade é diferente agora e a tendência é continuar.
Existe uma conscientização cada vez maior da população em relação à mudança de hábitos para uma melhor qualidade de vida. Nesse contexto, os fisioterapeutas passaram a receber outras solicitações do seus pacientes mais preocupados com a prevenção do que com o tratamento.
Essa mudança de paradigma abriu novas possibilidades e o campo de trabalho para Fisioterapia ampliou-se consideravelmente. O aumento do número de pesquisas científicas na área também contribuiu para que a Fisioterapia voltasse a ter destaque, mas de uma forma muito mais esclarecida.
Fisioterapia do futuro: 4 áreas para explorar
As profundas mudanças no mercado da Fisioterapia demonstram que quanto mais especializado o profissional for, melhor. Por isso, é fundamental apostar em setores específicos ao invés de seguir a carreira de forma generalista.
A vantagem é que surgem cada vez mais ramos dentro da Fisioterapia que representam oportunidades para os profissionais, especialmente para os recém-formados. Abaixo, destacamos 4 sub-áreas que crescem a olhos vistos e representam o presente e o futuro da área.
Fisioterapia Laboral
De acordo com o Ministério da Saúde, em um intervalo de 10 anos, o aumento no número dos casos de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort) entre os brasileiros empregados foi de 184%. Esses dados, além de assustadores, clarificam que as repetições e as más posturas no ambiente de trabalho são altamente prejudiciais.
Por esse motivo, a Fisioterapia Laboral passou a ser um componente importante em muitas empresa. A rotina de ficar muitas horas sentados, de pé e/ou trabalhando no computador começou a comprometer seriamente a saúde dos funcionários e uma intervenção precoce é fundamental.
A Fisioterapia Laboral faz parte da Fisioterapia Preventiva e apresenta-se na maioria das vezes como forma de sessões de ginástica laboral. Os efeitos da prática, além de serem fisicamente notórios, também surgem na produtividade, pois, sem tensões e dores é muito mais fácil trabalhar.
Fisioterapia Estética
Talvez uma das áreas promissoras dentro da Fisioterapia no momento seja a Estética, também conhecida como Dermato-Funcional. Em um país como o Brasil, com uma das maiores indústrias de estética e cosmética do mundo, a garantia de futuro é certa.
A Dermato-Funcional analisa o corpo e o rosto do paciente para promover a sua recuperação do ponto de vista estético. As terapias podem ser aplicadas para acelerar o processo de habilitação depois de uma cirurgia plástica ou mesmo para combater problemas comuns, como as rugas e estrias.
A intervenção do terapeuta pode ser manual, sem qualquer aparelho de suporte, ou ainda recorrendo a instrumentos e outras técnicas. Tratamentos como a drenagem linfática, massagens, crioterapia, laserterapia e radiofrequência são alguns dos que podem ser utilizados neste ramo.
Osteopatia
A Osteopatia só agora começa a ganhar mais espaço no Brasil, mas a abordagem terapêutica já existe desde o início do século XX. Essa vertente da Fisioterapia tem uma filosofia muito própria e segue uma linha mais natural. Em 2011, a Osteopatia passou a ser considerada uma especialidade profissional da Fisioterapia pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Os tratamentos consistem em uma manipulação das articulações, músculos e tecidos para resolver questões específicas ou atuar de forma preventiva. Eles não atuam apenas na dor, mas tentam descobrir a origem da mesma para tratá-la de uma forma ainda mais eficiente.
Lesões podem ser um motivo óbvio para recorrer a um osteopata, mas situações como enxaquecas e até mesmo refluxo em recém-nascidos podem ser resolvidos por esse profissional.
Fisioterapia e tecnologia
Por último, mas não menos importante está aquele que não é bem um setor da Fisioterapia, mas algo que tem sido determinante na sua mudança. O uso da tecnologia nesta área vai além de tratamentos high tech, envolve toda uma nova visão da prática profissional.
Recursos como a Gameterapia, que usa videogames na recuperação de pacientes com problemas ósseos e neurológicos, e o Biofeedback, já são uma realidade. Neste último caso, o tratamento também é feito através de jogos. Em breve, as vestimentas robóticas terapêuticas estarão no mercado, assim como o uso de realidade virtual em terapias será habitual.
Diferente do que muitos pensam, a fase de saturação do mercado para fisioterapeutas é coisa do passado. Mas o futuro, pelo contrário, promete e tem espaço para todos.